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Municípios: Confetam se compromete com disseminação da Campanha Tributar Super-Ricos

A presidenta da Confetam/CUT, Vilani Oliveira, explicou que a campanha “quer arrecadar para que as pessoas mais necessitadas tenham acesso aos serviços públicos”.

Publicado: 29 Outubro, 2020 - 17h25

Escrito por: RBA

CONFETAM/CUT
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Vilani Oliveira é presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Municipal

“Enquanto não houver uma grande força de fora para dentro do Parlamento, dificilmente nós conseguiremos almejar o objetivo principal dessa campanha que é arrecadar mais para ter investimento e desenvolvimento público, para que as pessoas tenham mais Estado, mais acesso ao serviço público, principalmente as pessoas que mais necessitam”. O desafio de construir coletivamente uma grande força popular capaz de pautar o debate da justiça fiscal no Congresso foi colocado pela presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Vilani Oliveira, durante o lançamento virtual da Campanha Tributar os Super-Ricos, ocorrida na manhã desta quinta-feira (29).

Em alternativa às propostas de reforma tributária que tramitam no Congresso, a campanha nacional foi lançada com o apoio de mais de 60 entidades do campo popular e sindical, entre elas a Confetam/CUT). O aumento dos tributos sobre as altas rendas, de acordo com o movimento, “é a melhor solução para os trabalhadores”, e a “única proposta” capaz de enfrentar a crise econômica do país, agravada pela pandemia do novo coronavírus.  

O movimento propõe um conjunto de oito medidas legislativas que, avaliam, podem promover um aumento de quase R$ 300 bilhões na arrecadação. E isso taxando apenas as altas rendas e os patrimônios dos super-ricos do Brasil, estimados em 0,3% da população. Além disso, as entidades também defendem que os trabalhadores com renda mensal de até R$ 15 mil paguem menos Imposto de Renda. 

Hoje, de acordo com elas, as Propostas de Emenda à Constituição (PEC) 45 e 110 e o Projeto de Lei (PL) 2.358/20, que tratam da reforma tributária, não abordam a desoneração das baixas rendas. Ao contrário, levam a um aumento do imposto sobre o consumo, penalizando sobretudo os mais pobres . 

Propostas 

As micro e pequenas empresas também são representadas na campanha. Pela proposta, mais de 70% das empresas no país – responsável por grande parte dos empregos no país –, serão beneficiadas com a adoção das medidas propostas pela campanha. As entidades também propõe alternativas para solucionar os graves problemas financeiros de estados e municípios.

No lançamento da campanha, que ocorreu pelas redes sociais do movimento, os representantes das entidades, governadores e parlamentares avaliaram que a estrutura tributária do Brasil comente “uma grande injustiça fiscal”. 

“Essa campanha ‘põe os pingos nos is’ para construir um país mais justo. Os super-ricos  nunca terão tempo de vida de gastar essas fortunas. Não estamos propondo que percam suas fortunas, mas apenas contribuir um pouco mais”, explicou o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) declarou que a proposta “representa menos desigualdade e autenticamente mais paz.” 

Justiça social

Já Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT – uma das entidades que integra a campanha –, ressaltou que é preciso corrigir distorções da tabela do Imposto de Renda. “Ela permite que os que ganham pouco, paguem muito e os que ganham muito, paguem pouco. A carga tributária deve incidir mais na renda e menos no consumo e na produção”, destacou durante a live.  

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, acrescentou que a tributação dos super-ricos “é uma forma de distribuição de renda e de garantir justiça social que beneficia toda a sociedade”. E, de acordo com o vice-presidente do Instituto de Justiça Fiscal (IJF), Dão Real Pereira dos Santos, a taxação das grandes fortunas é também a “forma mais rápida e justa” de enfrentar a crise econômica agravada pela pandemia.

Também participaram do evento representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), da União Nacional dos Estudantes (UNE), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS). A Associação Juízes para a Democracia (AJD) e outras dezenas de entidades sindicais também fazem parte da iniciativa. 

No site da campanha há ainda uma calculadora eletrônica para que os trabalhadores possam simular a redução que terão casos as medidas sejam aprovadas. As entidades também disponibilizaram uma cartilha ilustrada para detalhar as propostas.

Disseminação da campanha

A previsão é que a campanha seja intensificada durante os próximos três meses por meio das redes sociais e junto a representantes da classe política para o que tema seja incluído na pauta do Congresso. 

“A Confetam reafirma o seu compromisso com essa campanha de disseminar, nas nossas bases e entre a população dos municípios, a importância e a urgência da tributação dos super-ricos”, comprometeu-se a presidenta da Confetam/CUT. 

As novas regras de repartição de receitas da União com Estados e Municípios propostas na campanha prevêm acréscimos de aproximadamente R$ 83 bilhões para os Estados e R$ 54 bilhões para os Municípios. 

Conheça a campanha nacional pela tributação dos super-ricos, clicando aqui

Edição: Déborah Lima