Escrito por: Déborah Lima

Servidores municipais fortalecem o 27º Grito dos Excluídos e das Excluídas em todo o país

No dia em que a independência do Brasil de Portugal completou 199 anos, dirigentes da Confetam ocuparam as ruas e as redes para gritar "Fora, Bolsonaro!" e exigir a rejeição da PEC 32 pela Câmara

SindsmCrato
Servidores das prefeituras marcaram presença no ato do Cariri e de todas a Regiões do país

A presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Jucélia Vargas, comemorou, nesta quarta-feira (8), o desempenho dos líderes do Ramo dos Servidores Públicos Municipais CUTistas nas mobilizações nacionais de 7 de Setembro. “Os atos foram maravilhosos! A direção da Confetam cumpriu o seu papel”, elogiou a presidenta.

De Norte a Sul do país, em cidades grandes e pequenas, a entidade levou as reivindicações da categoria para os atos de rua do 27º Grito dos Excluídos e das Excluídas, entre elas o afastamento imediato de Jair Messias Bolsonaro da Presidência da República e a rejeição da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 32, também chamada de Reforma Administrativa, por senadores e deputados federais que compõem as duas Casas Legislativas do Congresso Nacional.

Combate à fome na pauta

Na Paraíba, os servidores públicos municipais protestaram contra a fome, trazida de volta ao Brasil após ser extinta, em 2014, pelo governo de Dilma Rousseff, graças ao programa Bolsa Família, criado dez anos antes pelo ex-presidente Lula. Hoje, estima-se que mais da metade dos 213 milhões de brasileiros sofre com a insegurança alimentar e outros 15% da população convivem diariamente com a falta de comida. Na prática, são 34,5 milhões de pessoas passando fome no Brasil de Bolsonaro.

“Enquanto o governo federal desfila um arsenal de tanques e canhões como ameaça à população brasileira, os trabalhadores e trabalhadoras ocupam as ruas em defesa de educação, saúde, emprego e, acima de tudo, em defesa de milhões de brasileiros e brasileiras que estão em situação de fome”, protestou a vice-presidenta da Confetam/CUT e presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curimataú e Seridó (Sinpuc), Cícera Isabel.

No Ceará, a secretária da Mulher Trabalhadora da Confetam/CUT, Ozaneide de Paulo, engrossou o protesto realizado na Praça da Cruz Grande, em Fortaleza. Em Maracanaú, a secretária de Combate ao Racismo, Vilani Oliveira, participou do Ato Ecumênico pelo Fora Bolsonaro, realizado na Praça da Estação. Na Região do Cariri, o secretário de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, Oldack Sucupira, reforçou o Grito dos Excluídos e das Excluídas no município do Crato (foto).

Protesto na porta da Prefeitura

Em São Paulo, os representantes da categoria, entre eles o secretário-geral da Confetam, João Gabriel Buonavita, e a secretária-geral adjunta, Luba Melo, se concentraram na frente da Prefeitura, de onde o Bloco do Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais) saiu em caminhada até o Vale do Anhangabaú. No local, o secretário adjunto de Comunicação e Imprensa da confederação, Vlamir Lima, e o diretor Rodrigo Gomes, de Santo André, se uniram ao Bloco dos Municipais no ato do #7SForaBolsonaro na Capital.

No Espírito Santo, a secretária adjunta de Relações do Trabalho, Clemildes Cortes, levou o apoio da Confetam aos servidores aposentados da Prefeitura de Vitória, que aproveitaram o Grito dos Excluídos e Excluídas para também protestar contra Reforma da Previdência do Município.

Em Roraima, a entidade foi representada pela diretora Sirdennys Santana no #7SForaBolsonaro de Boa Vista. Com as palavras “resistir e lutar” estampadas no peito, slogan da Campanha Salarial Nacional Unificada de 2017, a dirigente empunhou cartaz com o recado dos servidores municipais brasileiros: "vida em primeiro lugar".

Capa de chuva para cair na luta

Em Santa Catarina, as fortes chuvas não esmoreceram os manifestantes. Em Florianópolis, eles se concentraram no Largo da Alfândega, mas tiveram de se abrigar do aguaceiro no Terminal da Cidade. Vestida numa capa plástica, a secretária de LGBTQI+ da Confetam, Sueli Adriano, enfrentou o mau tempo para representar a entidade no ato e fortalecer a luta contra Bolsonaro na Capital.

Em Criciúma, no entanto, a manifestação teve de ser adiada para o próximo sábado (11) por causa do temporal. Ainda assim, a presidenta da Confetam, que também preside o Sindicato dos Servidores Municipais da Região, não teve descanso. Pela manhã, Jucélia Vargas acompanhou pelas redes sociais a movimentação dos municipais em todo o país. À tarde, a dirigente concedeu entrevista de uma hora à TV Sul analisando os atos do #7SForaBolsonaro.

No Rio Grande do Norte, a secretária de Formação Política da Confetam, Wésia Sena, presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Caraúbas, empunhou as bandeiras das duas entidades no ato do #7SForaBolsonaro realizado na Capital. Representantes da Chapa 2, vitoriosa nas eleições para a nova direção do Sindicato dos Servidores Municipais de Natal (Sinsenat), também participaram do protesto.

Faltam independência e compromisso

Em Rondônia, o secretário adjunto de Saúde da Confetam, Raimundo Soares, propôs uma reflexão, no ato realizado em Porto Velho, a respeito dos 199 anos da independência do Brasil do Império Colonial Português, e sobre a falta de compromisso do atual presidente brasileiro com o povo e com o país.

“Nós não temos um governo que esteja comprometido com a sociedade. Temos um genocida! Um governo com coragem de afirmar que o coronavírus é uma ‘gripinha’. Um governo que briga com as instituições, que não respeita o Judiciário, que tenta a toda hora dar um golpe na democracia. Por isso, nós dizemos: fora genocida! Chega de Bolsonaro, que tenta destruir o serviço público através da PEC 32”, protestou o dirigente. 

Pedido de vistas

A PEC 32 prevê a privatização dos serviços públicos e a cobrança de dinheiro em troca de direitos essenciais, como saúde, educação e segurança, hoje oferecidos gratuitamente à população. A Reforma Administrativa prevê também o fim da estabilidade e dos concursos, e a redução dos salários e da jornada de trabalho dos servidores, entre outros retrocessos sem precedentes desde a Constituição Federal de 1988. No próximo dia 16, a oposição deve apresentar pedido de vistas ao relatório da PEC, que tramita em comissão especial da Câmara dos Deputados.