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Servidores municipais da capital catarinense decretam greve por tempo indeterminado

Em assembleia na tarde do dia seis de maio, mais de cinco mil servidores de Florianópolis decretaram greve por tempo indeterminado

Publicado: 07 Maio, 2014 - 00h00

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A categoria avaliou como insuficiente a proposta apresentada pelo Executivo Municipal em relação a pauta de reivindicações dos servidores. Cesar Souza Junior, prefeito de Florianópolis, propôs 5% de reposição salarial parcelado em duas vezes, reajuste de 3,57% no vale alimentação, o que aumentaria apenas 50 centavos por dia nos vales dos servidores. Outras cláusulas como o projeto de lei do PCCS (Plano de Cargos e Carreiras do Quadro Civil), Lei do Piso Nacional do Magistério e condições de trabalho não foram atendidos pelo prefeito ou pouco avançaram.
Com isso, a direção do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis – Sintrasem, convocou uma assembleia na Praça Tancredo Neves e por unanimidade a categoria rejeitou a proposta apresentada pelo Executivo. A presidente do Sintrasem, Rosangela Soldatelli destacou que a greve foi a última saída dos servidores, visto o retorno negativo do prefeito. “Quem nos colocou em greve foi o prefeito Cesar Souza Junior que não apresentou uma proposta decente aos servidores municipais. Greve não é brincadeira e quando entramos nela é para sair com vitória aos trabalhadores”, salientou Rosangela, que tem como expectativa buscar uma mesa de negociação, já no dia sete de maio.
Bandeiras de lutas nas ruas de Floripa - Após a deflagração de greve por tempo indeterminado, os mais de cinco mil servidores que participavam da assembleia, seguiram em caminhada até o centro administrativo da Prefeitura Municipal de Florianópolis para entregar o aviso de greve ao prefeito Cesar Souza Junior. “Com esse governo, pautado na política de estado mínimo, nós não ganharemos nada sem luta”, destaca Renê Munaro, diretor do Sintrasem e Vice-Presidente da CUT-SC.
Na caminhada que encheu as ruas de Florianópolis, os servidores demonstraram que a luta não é somente pelo reajuste salarial, mas uma luta por garantia de direitos à toda classe trabalhadora. Bandeiras e faixas com as frases “Não à meritocracia”, “Retirar direitos é crime”, “Contra a criminalização dos movimentos sociais” e “Condições dignas de trabalho”, foram balançadas e apresentadas à população que seguia pelas ruas do Centro da capital.
O diretor do Sintrasem e Secretario de Relações do Trabalho, Alex Sandro Batista dos Santos explicou também que a paralisação dos servidores municipais é por melhores condições de atendimento a toda população florianopolitana. “Queremos creches, escolas e postos de saúde com melhores condições para atender a população, por isso um dos nossos pontos na pauta de reivindicação é contratação de mais profissionais e concurso público para diferentes áreas”, afirmou Alex.
Prefeito não valoriza o trabalhador - O prefeito Cesar Souza Junior, que na sua campanha eleitoral disse que os servidores eram a prata da casa, não vem tratado os trabalhadores do município com o seu devido valor. Florianópolis é uma das cidades com maior custo de vida e tem um dos mais altos índices do PIB de Santa Catarina. A prefeitura também tem batido recorde de arrecadação nos últimos anos, somente no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) aumentou de 104 milhões em 2012, para 147 no ano passado e com expectativa de arrecadação de 226 milhões em 2014. “Este aumento da arrecadação não esta sendo revertido para a população, não vemos melhorias na saúde e na educação e muito menos na valorização dos servidores municipais”, destaca Renê.
A greve continua por tempo indeterminado e a direção do Sindicato esta reunida com o comando de greve para definir as ações para o próximo dia.