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Servidores municipais de São Paulo mandam recado para Bruno Covas: não tem arrego, prefeito!

Greve pela revogação da reforma da Previdência do Município completa 13 dias com adesão cada vez maior. Nesta terça (19), os servidores municipais fazem nova Assembleia Geral em frente à prefeitura.

Publicado: 16 Fevereiro, 2019 - 07h28

Escrito por: Déborah Lima com informações do Sindsep/SP

Elineudo Meira
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Nesta sexta (15), milhares de grevistas fizeram passeata até a Secretaria de Saúde

Em greve desde o dia 4 de fevereiro pela revogação da reforma da Previdência do Município, os servidores públicos de São Paulo realizaram mais um grande ato em frente a Prefeitura, na tarde desta sexta-feira (15), conforme deliberação da última assembleia da categoria, ocorrida na quarta-feira (13). Vítimas de pressão da Administração Municipal, que ameaça cortar o ponto dos grevistas, milhares de trabalhadores da prefeitura saíram em caminhada até a Secretaria Municipal de Saúde.  

A greve vem crescendo e colocando o prefeito Bruno Covas contra parede. Não adiantou o terrorismo feito pelo gestor, tampouco a advertência para o corte do pagamento dos dias parados. A reação dos grevistas foi exatamente oposta a esperada por Covas. Ao invés de intimidar o funcionalismo, as investidas da prefeitura contra os trabalhadores fizeram com que ainda mais servidores aderissem à Greve Geral Unificada pela revogação da Lei Municipal 17.020.

Não ao confisco!

Aprovada pela Câmara de Vereadores durante o recesso de Natal, a reforma da previdência municipal aumentou de 11% para 14% a contribuição previdenciária do funcionalismo e criou o SampaPrev, plano de previdência individual por capitalização para servidores municipais com salários acima do teto do INSS (R$ 5.839,45) contratados após a sanção da lei.  

A reforma confiscará por ano R$ 1.080,00 dos servidores com salários de R$ 3.000,00 (R$ 90 por mês); R$ 1.440,00 de quem ganha R$ 4 mil (R$ 120 por mês) e R$ 1.800,00 de quem recebe R$ 5 mil (R$ 150 por mês). Os cálculos com base em salários hipotéticos foram feitos pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep/SP), que está disponibilizando no site da entidade um simulador para os servidores dimensionarem o tamanho do impacto nos rendimentos de cada um (https://sindsep-sp.org.br/noticias/noticias/calcule-o-seu-confisco-salarial-4292). 

Impacto nos salários

Salário R$ 3.000,00
Desconto 11%: R$ 330,00
Desconto 14%: R$ 420,00
Diferença mensal/anual: R$ 90 x 12 = R$ 1.080,00

Salário R$ 4.000,00
Desconto 11%: R$ 440,00
Desconto 14%: R$ 560,00
Diferença mensal/anual: R$ 120 x 12 = R$ 1.440,00

Salário R$ 5.000,00
Desconto 11%: R$ 550,00
Desconto 14%: R$ 700,00
Diferença mensal/anual: R$ 150 x 12 = R$ 1.800,00

Redução do poder de compra

"Na prática, a reforma da Previdência do Município achata os salários dos servidores, impondo uma perversa redução do poder de compra dos trabalhadores e de suas famílias. Portanto, a resposta da categoria não poderia ser outra, senão a greve geral unificada contra o confisco salarial imposto por Bruno Covas, com a cumplicidade dos vereadores de São Paulo", afirma a presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Vilani Oliveira. 

Acompanhada do secretário de Relações Internacionais da entidade, Assis Filho, e da diretora Sirdennys Santana, a presidenta da Confetam/CUT levou o apoio da entidade ao movimento nesta quarta-feira (13). Em solidariedade aos grevistas, os três participaram do ato que reuniu mais de 50 mil pessoas em marcha do gabinete do prefeito até a Avenida Paulista. Dirigentes nacionais do Ramo dos Municipais, Graça Costa e Junéia Batista, secretárias de Relações do Trabalho e de Mulheres da CUT Brasil, respectivamente, também participaram da manifestação.

Luta até debaixo d'água

Nem a chuva tirou a disposição de luta dos trabalhadores da prefeitura na tarde desta sexta (15), quando milhares de servidores, munidos de capas plásticas e sombrinhas que coloriram o ato, foram para a frente da Prefeitura avisar para Bruno Covas que o movimento "Não tem arrego!".  

Segundo o presidente do Sindsep/SP, Sérgio Antiqueira, gestores de escolas, diretores e supervisores não só garantiram que descumprirão a ordem de informar os nomes dos companheiros que aderiram à greve, como também asseguraram que vão abraçar o movimento paredista, fechando as escolas e entregando a chave na coordenação da Diretoria Regional de Educação (DRE). 

A cada dia que passa, afirma Sérgio, o movimento vem crescendo: mais Unidades de Saúde Básica aderiram à greve, a assistência social está mais de 90% parada, bibliotecários, trabalhadores dos Centros Educacionais Unificados (CEUs), do esporte, várias Prefeituras Regionais com servidores de nível básico, médio e universitário, além de diversas secretarias no Centro, estão parados.

Nova Assembleia dia 19

Nesta terça-feira (19), às 14 horas, os servidores públicos de São Paulo voltam a se reunir em Assembleia Geral Unificada, na frente a prefeitura, para deliberar sobre os novos passos da greve, que reivindica ainda reajuste salarial de 10%, extinção da política de aumento anual de 0,01%, convocação dos concursados e o fim da contratação de Organizações Sociais de Saúde pelo município.

"Aqui ninguém larga a mão de ninguém. Vamos fazer o enfrentamento. Importante na segunda-feira (18) organizar os comandos, parando as unidades, trazendo todo mundo na terça-feira (19). Quem não parou tem que parar”, convoca o presidente do Sindsep. 

Confira a mensagem de Sergio Antiqueira:

https://www.facebook.com/sindsep/videos/2571673692903452/

 

Com informações do Sindsep/SP