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Quem é o novo ministro da Educação do desgoverno Bolsonaro?

O economista Abraham Weintraub era número 2 da Casa Civil, colabora com os planos de Jair Bolsonaro desde 2017 e já pregou combate ao 'marxismo cultural nas universidades'

Publicado: 08 Abril, 2019 - 13h31

Escrito por: Guilherme Venaglia

Cristiano Mariz/VEJA
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Abraham Weintraub é o novo ministro da Educação do governo de ultradireita

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou, na manhã desta segunda-feira, 8, o economista Abraham Weintraub como novo ministro da Educação. Próximo ao chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), de quem era secretário-executivo, Weintraub faz parte da equipe de Bolsonaro desde novembro, quando foi formado o gabinete de transição.

Graduado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Weintraub é professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Diferentemente do que foi dito por Bolsonaro no Twitter, o novo ministro da Educação não informa em seu currículo oficial possuir doutorado.

“Comunico a todos a indicação do professor Abraham Weintraub ao cargo de ministro da Educação. Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao Prof. Vélez pelos serviços prestados”, escreveu o presidente.

Abraham e seu irmão, o advogado Arthur Weintraub, foram alguns dos primeiros acadêmicos a abraçarem os planos presidenciais de Jair Bolsonaro. A aproximação ocorreu ainda em 2017, quando Bolsonaro ainda não tinha sequer migrado do PSC para o PSL. Na época, foram os responsáveis por um texto em que o então pré-candidato defendia a independência do Banco Central.

Olavo de Carvalho

Abraham Weintraub é mais um ministro da Educação com simpatia pela obra do ideólogo Olavo de Carvalho, considerado “guru” do presidente Jair Bolsonaro. Em dezembro, durante a Cúpula Conservadora das Américas, evento organizado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Weintraub defendeu o uso das teorias de Olavo para “derrotar a esquerda”.

Segundo a coluna Radar, o novo ministro defendeu ser “preciso vencer o marxismo cultural nas universidades e trabalhar para que o país pare de fazer bobagem”.

Previdência

O novo ministro da Educação passou a maior parte da sua carreira, no entanto, longe do mundo universitário. Entre 1994 e 2014, ele atuou no mercado financeiro, tendo passado pelo banco Votorantim e por uma corretora de investimentos.

Nos últimos anos, já como professor da Unifesp, se debruçou especialmente sobre o tema da Previdência, tendo dirigido o Centro de Estudos sobre Seguridade (CES), grupo que pesquisa o tema.

Abraham Weintraub é entusiasta do sistema conhecido como capitalização, em que cada um possui uma conta individual, com a qual contribui ao longo da sua trajetória profissional. A adoção da capitalização no Brasil faz parte da proposta de reforma da Previdência apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Hoje, no país, vigora a repartição, na qual a geração da ativa sustenta a aposentadoria da geração anterior.

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