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Municipais ocupam Câmara e impedem votação de pacotaço do prefeito Rafael Greca

Presidente da Câmara Municipal de Curitiba se comprometeu a não colocar o projeto em votação até sexta-feira

Publicado: 23 Maio, 2017 - 08h47

Escrito por: Andréa Rosendo, Pedro Carrano e Manoel Ramires

Rodrigo Fonseca/CMC
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Os servidores municipais de Curitiba ocuparam o prédio da Câmara de Vereadores e conseguiram suspender, nesta segunda-feira (22), a reunião da Comissão de Legislação, Justiça e Redação. Essa comissão debateria o pacote de ajuste fiscal proposto pelo prefeito Rafael Greca. Enquanto a coordenadora geral do Sismuc, Irene Rodrigues, estava reunida com os vereadores, outro grupo de diretores se dirigiu à sala do presidente da Câmara, Serginho do Posto (PSDB), para pressioná-lo a marcar uma reunião com o prefeito.

O saguão da Câmara foi ocupado por servidores de todas as categorias. Impedidos de entrar para acompanhar o debate, os servidores pressionaram e exigiram o cancelamento da reunião. Em meio a protestos, conseguiram bloquear o andamento da discussão.

“A reunião foi suspensa e entramos em acordo com o presidente da câmara. Nós queremos que o prefeito Rafael Greca atenda os servidores. A nossa proposta é pela retirada imediata deste projeto que não passou por um debate com os servidores. Não aceitaremos a retirada de direitos e a prefeitura apresenta proposta que vai comprometer o 13º salário dos servidores, o plano de carreira, o nosso reajuste anual, a licença prêmio, entre outros", argumentou Irene.

O presidente Serginho do Posto assumiu o compromisso de não colocar o projeto do IPMC para votação até sexta-feira(26), além de tentar fazer a ponte com o prefeito para reunião. "Proposta de não votar projetos relacionados ao IPMC e às dívidas não empenhadas nessa semana é aprovada pelos servidores municipais", destaca a página da Câmara Municipal no Twitter.

Reintegração de posse

Depois de mandado de reintegração de posse, a direção do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) está desmontando, na manhã de hoje (23), o acampamento em frente à Câmara de Vereadores. O Acampamento da Resistência completava uma semana e a organização foi responsável por barrar temporariamente a votação de sete projetos do pacotaço na Comissão de Legislação. 

A luta segue agora na pressão aos vereadores e na exigência de reunião com o prefeito Rafael Greca (PMN). A pauta é a retirada dos doze projetos de ajuste fiscal. Todo o sindicalismo municipal segue vigilante. Dia 29, o assunto volta a ser debatido na Câmara.

"Para além da pauta dos servidores, a população de Curitiba, sobretudo os mais pobres, também vai ser prejudicada porque está incluída no ajuste fiscal a taxa mensal da cobrança do lixo e o aumento do ITBI, que é o imposto sobre as transações imobiliárias”, destaca Irene.

Dia turbulento

A oficial de justiça Renata Setti Nogueira, do Tribunal de Justiça do Paraná, entregou, por volta das 18 horas de ontem (22), o mandado judicial de reintegração de posse, com ordem para que o acampamento fosse desmontado imediatamente. 

Os servidores municipais ligados ao Sismuc estavam acampados há uma semana na Praça Eufrásio Correa, em frente à Câmara de Vereadores, resistindo e pressionando os parlamentares. Até o momento quatro vereadores se declararam favoráveis ao projeto encaminhado pela prefeitura, cinco contrários e 28 indecisos. O Sismuc prepara um site para divulgar a posição dos vereadores.

Solidariedade

Em nome da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), a presidente Vilani Oliveira se solidarizou com a luta do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) e reforçou o chamamento aos trabalhadores para que continuarem firmes na resistência até a vitória definitiva da categoria.

"A suspensão, ainda que temporária, da votação de pacotaço do prefeito Rafael Greca foi uma grande vitória alcançada graças ao acampamento dos servidores municipais. O próximo passo agora é continuar pressionando os vereadores para que os 28 parlamentares indecisos se posicionem ao lado dos trabalhadores e da população de Curitiba. Avante até a vitória!", conclamou Vilani. 

Edição: Déborah Lima