Escrito por: Luba Melo*

Municipais brasileiras discutem economia feminista na Bolívia

Dirigente da Fetam/SP representa as municipais em encontro de mulheres da América Latina.

.
Luba Melo é secretária da Mulher do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo

Como liderança feminista participo do evento sobre economia feminista que acontece entre os dias 23 e 25 de maio, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.

No encontro ocorreram fortes debates em cima do projeto “El Futuro es Feminista", organizado pela Fundação Friedrich Ebert (FES), que busca potencializar as vozes das mulheres no debate do feminismo na América Latina.

Nos dividimos em vários grupos de trabalho para construir propostas para importantes dilemas na vida das mulheres, como imigração, justiça fiscal, economia de cuidados, extrativismo, horizontes emancipatórias, direitos trabalhistas e previdenciários, entre outras questões.

Estou no grupo de trabalho que discute justamente os impactos das reformas (trabalho e previdência) na vida das mulheres.

A América Latina é muito diversa e temos realidades muitos distantes, mas nos assola um crescimento significativo da extrema direita no território.

Sobre os temas de trabalho temos, por exemplo, a Argentina que passou pela reforma da previdência e está no processo de uma reforma trabalhista.

O Chile passou por uma reforma da previdência extremamente danosa para população há mais de 30 anos. No Brasil ocorreu uma reforma trabalhista que impactou negativamente nossas vidas e agora lutamos contra uma reforma da previdência que vai atacar quem mais precisa.

A Bolívia, que hoje tem um presidente progressista, corre um sério risco de perder espaço para a direita na próxima eleição. Ontem presenciei uma manifestação de militantes de direita contra o governo de Evo Morales, que, apesar de todas as críticas, ainda é um governo mais próximo do povo.

Esse intercâmbio entre lideranças feministas de diversos países é de extrema importância para avançarmos no debate de uma América Latina com mais direitos para as mulheres, com mais igualdade de gênero e com mais esperança para um povo que padece com governos neoliberais e de ultradireita.

*Secretária da Mulher Trabalhadora do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep/SP), secretária de Formação da Federação dos Trabalhadores da Administração do Serviço Municipal no Estado (Fetam/SP) e militante da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB).