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Mais de 300 profissionais de Educação participam do 4º Seminário‏

Nos dias 26 e 27 de setembro, o Sindiserv promoveu o 4º Seminário dos Profissionais de Educação com o tema “Desafios e perspectivas dos profissionais de Educação”. Mais de 300 servidores da área de educação participaram do evento.

Publicado: 30 Setembro, 2014 - 00h00

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No dia 26 de setembro, sexta-feira, ocorreu a abertura do Seminário dos Profissionais de Educação, no auditório da Faculdade IDEAU. O presidente do Sindiserv, João Dorlan, reforçou a importância de garantir este espaço de formação e de debate para que os professores possam refletir sobre a vida funcional, sendo que é um dos compromissos cumpridos desta gestão: “Desejo um bom debate a todos e que seja um momento agradável de interação entre colegas. Amanhã estaremos debatendo sobre o plano de carreira, que servirá de base para o quadro geral”, informou.
A palestra "Como fortalecer a cooperação e o trabalho em equipe no sistema educacional?" foi conduzida pelo palestrante Dalmir SantaAnna, mestre em Administração de Empresas, com pós-graduado em Gestão de Pessoas e em Magistério e bacharel em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda. Dalmir realizou uma palestra motivacional, com o intuito de estimular a participação dos profissionais de educação. Segundo ele, alguns educadores vivem como se estivessem em uma velocidade de mudança. No entanto, vive-se a mudança de velocidade. “Para fortalecer o sistema de ensino é fazer uma mudança na velocidade da qual eu vivo”, afirmou. Disse que alguns educadores têm ideias, mas poucos trabalham em equipe para fazer os projetos se tornarem realidade. Assim, a sensação é de muito esforço e pouco resultado. “Hoje não vivemos um mar de águas calmas, mas águas turbulentas”, esclareceu.
O palestrante disse que falta determinação para muitas pessoas e separou a palavra em sílabas para enfatizar o significado: deter – min – ação. A cooperacao, a vontade de trabalhar em equipe, de ir para a mesma direção são necessárias, para ele. Destacou que algumas pessoas só fazem o que são solicitadas e se limitam em ações. “Dentro da sua escola, você pode praticar o eu, mas você pode cooperar”, destacou. Assim, é preciso alinhar os objetivos para que todos remem para a mesma direção, mas as pessoas precisam ser treinadas e capacitadas para isso. Então, lembrou a frase de Paulo Freire para motivar a necessidade de haver um equilíbrio entre a ação e o discurso no dia a dia.
Apontou a importância da motivação: “Algumas pessoas são vazias, mas a vida nos dá a faculdade de escolher entre fazer da vida um inferno ou um paraíso. Para isso, é preciso entender que é possível fazer diferente.”
Segundo ele, Uma equipe precisa ter SOM (Sintonia + Otimismo + Motivação ─ motivo para a ação): “Esses três ingredientes servem para fazer uma ação se tornar real. Encontrar motivos para fazer a diferença. É preciso acreditar que é possível transformar sonhos em vida”, disse. Segundo Dalmir, o grande desafio é transformar a escola em um objeto de desejo dos alunos: “Pense no melhor professor: era alguém que fazia a diferença”, finalizou.
No dia 27 de setembro, sábado, os professores foram convidados a refletir sobre “Plano de carreira: ideal, real e possível”, com Márcia Adriana de Carvalho, no auditório do Sindiserv. Márcia é licenciada em Matemática com habilitação em Física. Especialista em Gestão Pública. Professora desde 1990 e Servidora Pública Municipal de Caxias do Sul desde 1994. Foi Assessora/Coordenadora Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Caxias do Sul (1997-2004) e Secretária Municipal de Educação, Cultura e Desporto de São Francisco de Paula-RS (2005-2012). Presidente da UNDIME RS (gestão 2011-2013) e Diretora de Comunicação UNDIME Nacional (gestão 2011-2013).
A professora foi recebida pela diretora de Educação, Rosane Carneiro, e iniciou informando que em Caxias do Sul, a rede municipal tem se espelhado no Estatuto do Servidor, mas também é preciso considerar o Plano Nacional de Educação, específico sobre a atuação em sala de aula. Segundo Márcia, a Lei Federal prevê a revisão dos planos de carreira até 2016. Informou que é preciso entender que existem os profissionais do Magistério e os funcionários da Educação Básica, já que há um decreto especifico que regra quais profissionais têm direito à aposentadoria especial. Também se considera que há outros trabalhadores em educação que fazem com que a escola funcione.
A autonomia de atuação dos professores, pontua Márcia, é determinada pela Legislação. Na Educação Escolar fica estabelecido que para ser professor é preciso prestar Concurso Público de provas e títulos. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), os sistemas de ensino devem assegurar direitos, como acesso de 90% do quadro efetivo da Educação nomeado até junho de 2024, há um período de aperfeiçoamento dentro da atuação, o estabelecimento do piso salarial, a progressão profissional de acordo com a avaliação de desempenho, com 2/3 da jornada de trabalho é com interação do educando, 1/3 é para planejamento dentro da jornada de trabalho e condições de trabalho. “Aprendi no Seminário do Sindiserv, em 2013, que quem atua na educação adoece devido às condições de trabalho e também por razões psíquicas”, destacou.
Segundo ela, a lei do Fundeb estabelece que o professor da escola deve ser repassado aos professores e é utilizado na folha de pagamento. O artigo 40 desta lei diz que é preciso assegurar a integração entre o trabalho individual e a proposta pedagógica da escola, remuneração digna e qualidade do ensino e da aprendizagem. A lei 11.738/08 fala de plano de carreira, interação com os educandos e de piso salarial, que está em vigência desde 2011.
“A minha vida funcional quem tem que cuidar sou eu. A Administração tem que dar o trânsito da minha carreira”, aconselhou. Segundo a educadora, o plano de carreira estabelece direitos e deveres na trajetória profissional para propiciar a valorização, o que é diferente do Estatuto do Servidor. Até o dia 15 de outubro, os professores devem encaminhar considerações sobre a minuta do plano do Magistério. O plano se refere ao cargo de professor no exercício da docência. Alertou que todos vão precisar ter formação em licenciatura plena na área de atuação até 2024 e o plano de carreira vai estabelecer esta regra inclusive para ingresso, de acordo com a meta 15 do PNE.
Márcia disse que o plano de carreira deverá estabelecer critérios para a elevação, progressão e promoção; lotação, remoção e movimentação de carreira; implantação e gestão do plano, acompanhada por comissão paritária para acompanhar a execução do plano e o avanço dos profissionais. Haverá um olhar para a Receita Líquida do Município com um olhar para a Lei de Responsabilidade Fiscal, além de um impacto financeiro que a Administração tem responsabilidade de fazer, mostrando que o plano é sustentável.
Para os professores, que questionaram a professora Márcia sobre as dúvidas sobre o plano de carreira, a palestra esclareceu sobre as dúvidas que existem na escola. Ao ser questionada, disse que o critério merecimento não vai ser subjetivo, já que critérios objetivos vão dar condições para uma avaliação, construída por dois lados com o professores fazendo parte do processo.
A minuta do plano de carreira proposta pelo sindicato deve prever os ativos e, inclusive, os inativos. Para o Magistério, o debate está ocorrendo neste momento. O resultado será levado para a comissão paritária. Em seguida, a minuta voltará para a discussão com o debate com o Conselho do Magistério para que sejam feitos ajustes e, se necessário, haverá uma assembleia. “Esta é a ótica do trabalhador, pois a visão do empregador é diferente da nossa. Vamos precisar estar unidos para lutar pelos nossos direitos”, declarou Rosane Carneiro.
Fonte: SINDISERV