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Greve dos servidores municipais de Rio Negro entra no nono dia

Servidores estão com os salários atrasados há quatro meses

Publicado: 17 Novembro, 2016 - 13h58

Escrito por: Sérgio Souza Júnior

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Atrasos salariais se arrastam há mais de um ano

Em assembleia geral realizada no dia 3 de novembro, os servidores públicos municipais de Rio Negro (MS), deliberaram pela realização de greve por estarem a época com seis meses de salários atrasados pela gestão do prefeito Gilson Romano (PMDB).

O movimento grevista, que teve início no dia 9 de novembro, é organizado pelo Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais (SFPM-RN) e tem contado com o apoio direto da secretária-geral da CUT/MS, Dilma Gomes, e do secretário de Finanças da entidade, Vilson Gregório, além da participação de dirigentes da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Mato Grosso do Sul (FTIAA-MS).

“Nós iniciamos a greve no dia 9. Com a pressão, o prefeito pagou dois meses de salários atrasados no dia 10, referentes aos meses de maio e junho. Nós continuamos o movimento de greve e estamos aqui em frente à prefeitura desde cedo. Daí montamos uma comissão para falar com o prefeito nesta manhã e ele nos garantiu que fará o pagamento de mais uma folha de pagamento ainda hoje. Nós vamos continuar com o nosso movimento até receber todos os nossos salários atrasados”, pontuou a presidente do SFPM-RN, Iraci Rodrigues Rezende.

Para Dilma Gomes, o caso é absurdo. "Foram feitas todas as tentativas de negociação com o prefeito, mas as negociações não fluem. Nós estamos dando o suporte possível para a categoria, orientando sobre os procedimentos legais que garantem a legitimidade da greve, buscando que o gestor do município respeite os servidores públicos”, afirmou.

Segundo ela, foi entregue a carta-compromisso da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), assinada por diversos prefeitos eleitos, que busca estabelecer garantias e respeito ao serviço público, para que a cidade seja boa para se viver.  

“Nós da CUT estamos o tempo todo defendendo os trabalhadores em todas as áreas. São servidores públicos que recebem e cuidam de nossas crianças nas creches, acolhem as pessoas adoecidas em postos de saúde, transportam nossos filhos à escola e por aí vai. O serviço deles é fundamental para nossas cidades e por isso merecem respeito”, concluiu a dirigente.

Vilson Gimenes, que também é presidente da FTIAA/MS, comentou a situação. "Este município já tem um histórico grande de sucessão de prefeitos que deixam os trabalhadores sem receber. Este é mais um prefeito do PMDB que comete tal ato. E eu pergunto: onde está legislação que permite que prefeitos saiam da administração e deixam folhas de salários atrasadas? Esta é uma situação que devemos nos preocupar com a troca de prefeitos que acontecerá em menos de dois meses”, alertou.

“Estamos chegando em dezembro e já vamos para cinco salários atrasados dos servidores. O clima aqui é tenso, as contas estão aí todo mês, falta comida na mesa e o prefeito é conhecido por ser chucro. Se ele participar de uma assembleia dos trabalhadores e o prefeito tratá-los mal, a confusão estará feita”, alertou o dirigente.

Na tarde desta quarta-feira (16), a direção do SFPM-RN se reuniu com a Defensoria Pública em busca de apoio. Está confirmada também uma mobilização dos servidores públicos para a próxima terça-feira (22), durante a sessão da Câmara Municipal, quando os servidores buscarão apoio dos vereadores do município.

O sindicato avisa que manterá a greve até os trabalhadores receberem todos os salários atrasados. A entidade denuncia que a situação se mantém há mais de um ano e que já protocolou diversas denúncias em órgãos competentes, tendo buscado apoio da Justiça local e Ministério Público.