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Centrais sindicais e movimentos sociais se unem contra a reforma da Previdência

CUT, CTB, Força, UGT, Nova Central, CSB, MTST, MST, Levante Popular e as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo ocuparão as ruas do Brasil, no dia 15 de março, contra a reforma previdenciária

Publicado: 14 Fevereiro, 2017 - 14h53

Escrito por: Marize Muniz, Luiz Carvalho e André Accarini

Arquivo CUT
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No dia 15 de março, trabalhadores irão às ruas contra as reformas de Temer

Em reunião realizada nesta segunda-feira, 13, em São Paulo, presidentes e secretários da CUT, CTB, Força, UGT, Nova Central Sindical e CSB decidiram convocar os/as trabalhadores/as e toda a sociedade para um Dia Nacional de Paralisações, Mobilização e Luta Contra a reforma da Previdência, em 15 de março.

Outra decisão importante é o mote que unifica as centrais: NENHUM DIREITO A MENOS!

Várias ações serão realizadas em conjunto para impedir que os deputados aprovem a Proposta de Emenda Constitucional – PEC nº 287 -, que inviabiliza a concessão de benefícios e representa, na prática, o fim da aposentadoria para milhões de brasileiros. Nos próximos dias, as centrais farão manifestações nos aeroportos e nas bases eleitorais dos deputados.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, os atos conjuntos das principais centrais sindicais contra a reforma da Previdência são muito importantes porque “a unidade de luta é fundamental contra este que é o maior ataque aos direitos dos trabalhadores”.

Vagner acredita que, juntas, as centrais têm mais chance de barrar essa medida do golpista Temer que, mais do que uma reforma, é uma tentativa de acabar com a aposentadoria.

“É preciso organizar a sociedade brasileira, alertar as pessoas sobre o real objetivo das mudanças que afetam toda a classe trabalhadora. Temos de unir o Brasil inteiro em uma luta diária e robusta contra todos que pretendem aprovar essa injustiça”, conclamou Vagner.

Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo reforçam luta

Também nesta segunda-feira (13), as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo se reuniram com a direção da CUT, na sede da Central, em São Paulo, para definir estratégias de defesa das aposentadorias e para impedir que o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) tenha sucesso na Reforma da Previdência (PEC 287/16).

As frentes também apontaram propostas para o período anterior e posterior ao 15 de março. Novas reuniões ainda nesta semana vão definir novas ações para popularizar o debate nas ruas.

Para Vagner Freitas, os movimentos sindical e sociais têm o dever histórico de impedir o roubo de mais esse direito e a sociedade deverá decidir se aceitará esse retrocesso calada ou enfrentará os golpistas. “Não querem reformar a Previdência para melhorá-la, mas para acabar com ela. Querem transformar um direito público em algo para comprar no Bradesco ou no Itaú como previdência privada. Ou a sociedade se manifesta e barra essa falsa reforma ou os trabalhadores vão morrer trabalhando. Ninguém vive para contribuir 49 anos num país com tanta informalidade e com alto índice de rotatividade como o nosso”, criticou.

Como fica

Caso a PEC 287 de Temer seja aprovada, a idade mínima para aposentadoria integral será de 65 anos para homens e mulheres, com pelo menos 49 anos de contribuição para trabalhadores do campo e da cidade. Porém, se a expectativa de vida crescer no Brasil, a idade também pode ser elevada. Professores e trabalhadores rurais, que possuem jornadas mais exaustivas, perdem a condição de categorias especiais. Os segundos terão que contribuir obrigatoriamente por 25 anos. A pensão por morte, benefício para quem perde a esposa ou marido, também deixa de ter valor integral e passa a ser de 60% e mais 10% para cada dependente. Será proibido receber pensão e aposentadoria ao mesmo tempo.

Para o membro da coordenação do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, a sociedade brasileira ainda não se deu conta do tamanho do prejuízo que a aguarda. “Barrar essa contrarreforma é prioridade não só para os movimentos sociais, mas para todo o povo brasileiro. Se essa proposta for aprovada, a juventude não consegue mais se aposentar. O que nos resta é a rua, porque o parlamento é controlado pelos golpistas, o Judiciário está tendo um papel criminalizador das lutas sociais e em março teremos um amplo calendário contra a reforma da Previdência, pelo Fora Temer e por eleições diretas.”

Coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Paulo Rodrigues defendeu que as mobilizações sejam acompanhadas de greves, única linguagem que os empresários financiadores do golpe compreendem. “Junto com o trabalho de base para explicar na prática como a reforma da Previdência vai destruir a renda das famílias, temos de ter um enfrentamento ao bloco golpista.

Combinar publicidade da nossa proposta com mobilização nas ruas das principais capitais e paralisação que dê prejuízo ao grande capital, no dia de trabalho, na sala de aula. Porque o capital só entende essa linguagem. Se só fizermos protesto de rua e não fizermos paralisação no local de trabalho, dificilmente vamos conseguir alterar a correlação de forças”, definiu.

Membro do Levante Popular da Juventude, Larissa Sampaio falou que o movimento tem aprofundado o trabalho de base para levar os jovens às ruas contra as medidas golpistas. “O Levante tem traçado uma tática de ir às ruas e às escolas para mostrar os retrocessos que esperam os jovens no futuro e abrir um diálogo fraterno e tranquilo. Desde ontem, aprofundamos um trabalho para convocar todos a irem às ruas no dia 15 e o objetivo é que tanto a juventude trabalhadora, quanto a estudantil esteja nas mobilizações para barrar a reforma”.