Escrito por: Luiz Carvalho

Centrais sindicais reforçam convocatória para o Dia Nacional de Paralisação

CUT não descarta novo Dia Nacional de Luta, caso o presidente golpista ouse colocar a reforma da Previdência na pauta do Congresso.

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Em reunião com dirigentes da Central Única dos Trabalhadoires (CUT), das demais centrais sindicais e dos sindicatos de base, as principais lideranças trabalhistas do país reforçaram a unidade em torno das mobilizações programadas para a próxima sexta-feira, dia 10 de novembro, em todas as regiões do Brasil.

Entre as ações em defesa dos direitos trabalhistas – e pela resistência à Reforma que entrará em vigor no dia 11 de novembro acabando com a carteira assinada, férias e 13º e oficializando o bico, entre outros ataques –, contra o desmonte da Previdência e pelo fim do trabalho escravo ocorrerão atos, fechamentos de rodovias e avenidas, panfletagens e paralisações.

Na cidade de São Paulo, a manifestação começará com a concentração às 9h30, na Praça da Sé, e continuará com uma caminhada até a Avenida Paulista. Também está previsto um ato dos servidores públicos no Palácio dos Bandeirantes, às 14h, na sede do governo paulista de Geraldo Alckmin (PSDB), contra o projeto que prevê a limitação de investimentos públicos no estado. 

Ao final da reunião das centrais, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, convocou as bases para a batalha e apontou que é possível deter os avanços dos patrões. O dirigente lembrou ainda que durante as manifestações, as centrais continuarão a colher assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) que prevê a anulação da Reforma Trabalhista.

“Todas as centrais sindicais e movimentos sociais irão se manifestar dizendo que esse governo fez a Reforma Trabalhista, mas temos a possibilidade de reverter com luta. Além disso, temos de começar já a nos organizar para impedir a entrada em vigor da Reforma da Previdência e se o Temer ousar votá-la temos que fazer um Dia Nacional de Luta, Greve e Manifestações para enfrentar esse governo golpista”, disse. 

Vagner apontou ainda que foi necessária intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o conceito de trabalho escravo não fosse flexibilizado, dificultando a fiscalização e facilitando para patrões que exploram mão de obra em sistema análogo ao da escravidão.

Dirigentes dos bancários com lideranças da CUT na entrega das assinaturas (Foto: Roberto Parizotti)Dirigentes dos bancários com lideranças da CUT na entrega das assinaturas (Foto: Roberto Parizotti)

Secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, destacou que os atos prometem acompanhar a indignação da classe trabalhadora com o roubo de direitos.

“Todas as centrais e sindicatos se mostraram alinhados a fazer uma grande mobilização no dia 10. Nos 27 estados da federação estamos vendo bastante empenho da militância e acreditamos que será uma manifestação histórica, demonstrando que a classe trabalhadora não aceita a reforma do Temer e vai lutar para derrotá-la, seja por meio do abaixo-assinado, seja na luta concreta nas bases e pressionando o Congresso para derrubá-la”, falou.

Exemplo de luta

Também presentes na reunião, representantes do Sindicato dos Bancários do ABC entregaram o resultado da campanha do abaixo-assinado pela revogação da Reforma Trabalhista na região. A organização que representa sete mil trabalhadores conseguiu coletar 4.656 assinaturas.

“Dia 7 começamos a divulgar e 15 dias depois já iniciamos a campanha em agência bancárias, corredores de ônibus e espaços públicos como praças. Quando você passa para as pessoas o que está acontecendo e a perda de direitos que terão, rapidamente aderem à campanha e começam a se posicionar contra o que está acontecendo, o governo golpista e o Congresso Nacional. É, portanto, também uma maneira de formar e romper o bloqueio da mídia”, avaliou  o presidente do sindicato, Belmiro Moreira.

Confira a programação do Dia Nacional de Paralisação