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Ceará: Professores de Mucambo suspendem greve e cobrarão direitos na justiça

Diante do impasse, a assembleia laboral terminou por aprovar a condução da pauta dos professores para dissídio coletivo, ou seja, a cobrança das demandas salariais da categoria na Justiça.

Publicado: 07 Agosto, 2014 - 00h00

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O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mucambo (SINDSEMM) realizou na tarde desta quarta-feira (06/08), em sua sede, assembleia que debateu sobre a continuidade do movimento de greve dos professores da cidade, que paralisaram as atividades no dia 31 de julho. Os profissionais do magistério conseguiram se reunir com o Prefeito Wilebaldo Melo Aguiar, em audiência mediada pelo Tribunal de Justiça do município, porém, o chefe do executivo compareceu ao encontro sem nenhuma proposta para os trabalhadores.
A insatisfação dos professores é causada, sobretudo, pelo fato da Prefeitura não ter dado o reajuste salarial dos educadores graduados e pós-graduados, pois, até o momento, o executivo reajustou apenas os salários de professores com nível médio, que só existem dois na cidade, em 8,32%, não aplicando o índice nos demais níveis de formação. Além disso, a Prefeitura revogou integralmente o Plano de Carreira dos Professores, reduziu o salário dos educadores em 10%, retirou o direito de progressão salarial, tentou revogar o direito à licença prêmio e tentou impeo sindicato de funcionar.
Negociação
Embora tenha comparecido à mesa de negociação, segundo relato do presidente do SINDSEMM, Adriano Fernandes, o Prefeito tentou se retirar em duas oportunidades do local, ficando, somente por pressão do juiz e mesmo assim arriscando intimidar os representantes do sindicato. Tal desfecho do encontro indignou os professores presentes na assembleia, que prosseguem em greve até sábado, dia nove de agosto.
Após este sábado, a greve será suspensa, conforme encaminhamento proposto pelo assessor jurídico do Sindicato, Valdecy Alves, e aprovado pelos servidores reunidos. Segundo o advogado, a estratégia a ser adotada neste momento é de “suspender a radicalização que tornaria a greve por tempo indeterminado” e pressionar a Prefeitura por meio de ação a ser dada entrada no Tribunal de Justiça do Ceará, onde os professores cobrarão os 8,32% de reajuste. Além disso, os profissionais aprovaram a proposta de fazer pedido de antecipação de tutela também na justiça com vistas a bloquear parte dos recursos do Fundeb do município até se chegue à conclusão do impasse. “Vamos tentar isso, pois está previsto na lei”, esclareceu Valdecy.
Apoio popular

Após aprovar os próximos passos do movimento, os professores saíram em passeata pelas ruas de Mucambo, que chamou a atenção da população e parou as ruas da cidade. Na oportunidade, os profissionais colocaram para a sociedade que o reajuste de 8,32% é um direito dos trabalhadores da educação e representa somente R$ 80 a mais de custo mensal por professor para a Prefeitura. “Nossa luta é justa, nossos direitos estão previstos em lei, mesmo esta Prefeitura nos intimidando e tentando tornar nossa greve ilegal, apelando à justiça”, enfatizou o presidente do SINDSEMM.
Apoio estatual
A greve de Mucambo, acompanhada desde as negociações iniciais pelos diretores da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), contou, nesta quarta-feira, com o reforço da presenta da entidade, Enedina Soares, e da secretária de comunicação da Federação, Edila Vasconcelos, além de diretores dos sindicatos de servidores de Coreaú e de professores de Moraújo.
“Estamos aqui para apoiar o movimento vitorioso de greve dos professores de Mucambo, que, ancorado na força deste sindicato de luta, está denunciando para a sociedade os desmandos da Prefeitura e mostrando que investir no trabalhador é importante, que são os servidores o motor real do município. Parabéns professores, a luta nos unifica e nos transforma. Estamos juntos”, disse Enedina durante a passeata pelas ruas.
Fonte: FETAMCE