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Após pedido de desculpas, professor que usou traje da Ku Klux Kan aponta grande mal entendido

Em nota, Luiz Bortolo explicou que vestimenta foi usada para divulgar peça teatral que seria apresentada na semana do 13 de maio para denunciar o racismo

Publicado: 23 Dezembro, 2021 - 14h38

Escrito por: Divulgação

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Filmagem feita na festa de final de ano da escola teria sido divulgada fora de contexto

Confira a íntegra da nota:

Nota à comunidade escolar, ao povo de Santo André, e aos meios de comunicação

Eu, Luiz Antonio Bortolo, professor de História da Rede Estadual de Ensino, docente na Escola Estadual Amaral Wagner em Santo André - SP, e profundamente antirracista, venho esclarecer um grande mal entendido criado a partir de uma filmagem feita em festa de final de ano na escola, postada nas redes sociais. Nesta filmagem, apareço vestido com roupas da famigerada Ku Klux Kan, grupo racista e supremacista branco dos EUA.

Isso foi denunciado erroneamente nas redes sociais como se eu estivesse fazendo apologia do racismo, e por conta disso venho sendo execrado nas redes sociais e nos meios de comunicação.

Mas a verdade dos fatos é o seguinte: desde 2017, ainda na Escola Oscavo de Paula, monto uma peça teatral de denúncia do racismo, no mês da consciência negra, em que existem personagens vestidos de Klan.

Nesse ano, na Escola Amaral Wagner, pretendia fazer o mesmo, com o conhecimento e autorização verbal da direção escolar.

Mas não foi possível por conta da pandemia, razão pela qual a peça deveria ser filmada.

No dia 8 de dezembro, na festa de final de ano da escola, professores e alunos foram convidados a vir fantasiados. Nesse momento, no desejo de me alinhar aos alunos, já fantasiados, peguei a veste da KK Klan que estava em meu armário e a vesti, para divulgar a nossa peça teatral, que seria apresentada na semana do 13 de maio, por ocasião da libertação formal dos escravos.

Muitos dos meus alunos entenderam perfeitamente o que aconteceu.

Neste momento, fui filmado por celular e essa filmagem gerou a denúncia contra mim, por pessoas que desconheciam o contexto. Fiquei pouquíssimo tempo vestido com tais vestes, porque de fato não faria sentido permanecer com elas mais tempo.

Peço aqui desculpas sinceras pelo choque causado, mas reitero que a intenção era a divulgação da nossa peça teatral. Porque de fato a simples visão da indumentária desses racistas facínoras, a quem eu repudio, é digna de asco.

Mas o fato é totalmente diferente do que vem sendo divulgado contra mim, seja nas redes sociais, seja nos meios de comunicação.

E aproveito para reafirmar meu firme propósito de continuar fazendo de minha atividade como professor um instrumento de desenvolvimento de consciências críticas, de pessoas que possam combater com firmeza, entre outras pragas, o racismo estrutural que infelizmente ainda se faz presente em nossa sociedade.

Santo André (SP), 22 de dezembro de 2021

Luiz Antônio Bortolo