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2020: 70% das vagas de trabalho perdidas eram de mulheres

Em 2020, as empresas brasileiras demitiram 825,3 mil trabalhadores formais. Deste total 593,6 mil postos de trabalho eram ocupados por mulheres.

Publicado: 27 Junho, 2022 - 11h06

Escrito por: Thiago Marinho

Divulgação
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Em 2020, as empresas brasileiras demitiram 825,3 mil trabalhadores formais. Deste total 593,6 mil postos de trabalho eram ocupados por mulheres. Ou seja, dos postos fechados, 71,9% eram ocupados por trabalhadoras, muitas delas mães solo, chefes de família.

Entre 2019 e 2020, o número de trabalhadoras ocupadas caiu 2,9%, de 20,7 milhões para 20,1 milhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esses números não surpreendem quem passa por essa situação de desemprego muito menos quem estuda o mundo do trabalho. Em todas as crises econômicas as mulheres são as primeiras a serem demitidas e as últimas a conseguirem uma recolocação no mercado de trabalho. E a saída para elas é fazer bicos para sustentar a si e a família. 

Além desse problema estrutural, o tipo de emprego que vem se recuperando na economia acaba absorvendo o sexo masculino, como a construção civil, composta por 90,6% de homens. A alta no setor foi de 4,3% no contingente de assalariados (mais 80,8 mil).

As mulheres eram maioria nos setores de educação (66,9%); alojamento e alimentação (55,7%) e outras atividades de serviços (52,9%), os mais prejudicados pela pandemia. O segmento com a maior queda de assalariados foi alojamento e alimentação: -19,4% (ou menos 373,2 mil). De 2019 para 2020, o número total de trabalhadores assalariados em empresas e outras organizações ativas caiu de 46,2 milhões para 45,4 milhões, (1,8% a menos).

A participação feminina entre os assalariados das empresas formais do país caiu de 44,8% para 44,3%, em 2020. É a menor porcentagem desde 2016, ano em que houve o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. Entre os homens, a redução de empregos foi menor, de 0,9%. O número de assalariados recuou de 25,5 milhões para 25,3 milhões. Isso significa que os homens perderam 231,7 mil postos, o equivalente a 28,1% de todas as vagas encerradas à época.