Escrito por: estagiária Bárbara Oliveira

1º de Maio: o dia em que Curitiba se tornou a capital da resistência

Militantes de todo o país se reuniram hoje na capital paranaense pela defesa dos direitos trabalhistas e da democracia e pediram a liberdade do ex-presidente Lula.

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"Lula Livre" marca o 1º de maio histórico em Curitiba.

Hoje não foi um dia comum em Curitiba. Desde a prisão do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, na capital paranaense, em 7 de abril, centenas de pessoas já passaram pela Superintendência da Polícia Federal para dar o tradicional “Bom dia, presidente Lula!”. Mas, hoje, dia 1º de maio foi diferente. No dia do Trabalhador uma onda vermelha invadiu a cidade e milhares de pessoas do Brasil inteiro saudaram o Lula em uma só voz. Hoje, Curitiba se tornou a capital da resistência.

Após a saudação ao ex-presidente, os militantes fizeram uma passeata até a Praça Santos Andrade, conhecida como Praça da Democracia. Durante a tarde, houve um ato a favor da liberdade do Lula, da democracia e em defesa dos direitos. Pela primeira vez as maiores centrais sindicais do país (CUT, Força Sindical, CTB, NCST, UGT, CSB, Intersindical) e movimentos populares se uniram em um ato unificado.

Para a presidenta da Confetam, Vilaní Oliveira, a aliança construída entre as centrais sindicais e os movimentos sociais agrega mais valor à luta pela democracia. “O dia de hoje foi histórico, porque não lutamos somente pelos trabalhadores, mas contra a retirada de direitos que afeta todos os brasileiros, sejam eles trabalhadores ou não. Estamos vendo o governo golpista retirar todos os direitos conquistados no governo do PT. Por isso, a palavra de ordem é pela liberdade do Lula”, afirmou a presidenta.

Ainda pela manhã, a CUT divulgou uma mensagem enviada por Lula. Ele ressaltou sua indignação ao ataque que ocorreu no acampamento Marisa Letícia, no dia 28 de abril, onde uma pessoa foi baleada e outra ficou ferida. "Fiquei indignado com mais este ataque aos companheiros e companheiras que lutam pela justiça em nosso país. Quero mandar um abraço de solidariedade ao Jeferson, à Márcia, às famílias e aos amigos que sofreram junto com eles. Eu também sofri”, afirmou Lula. O ex-presidente acredita que quem atirou contra o acampamento foi motivado por ódio político. “Não sabemos ainda quem atirou contra vocês, mas sabemos que o gatilho foi preparado pelas forças que disseminam o ódio e a violência política em nosso país. As mesmas que provocaram a morte de Marielle e Anderson”, afirmou.

Desde a fundação da CUT, é a primeira vez em que Lula não participa do Dia do Trabalhador.

O ato foi encerrado com os shows de Beth Carvalho, Ana Canãs e Flavio Renegado. Vilaní diz que “para a Confetam é a certeza do dever cumprido. Fizemos o chamamento da base e os municipais comparecem. Alguns vão voltar pra casa hoje, mas outros vão ficar no acampamento por alguns dias”, disse.